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"A escrava Isaura", de Bernardo Guimarães


A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, foi publicada pela primeira vez em 1875, em plena campanha abolicionista. Com a obra, o autor, iniciador do regionalismo, alcançou grande notoriedade na sociedade da sua época, sendo até reconhecido pelo próprio imperador D. Pedro II.

O romance, pertencente ao Romantismo brasileiro, se enquadra muito bem no contexto de seu tempo. Era aí, neste período, que começava a surgir a poesia de cunho social(3ª terceira geração romântica, Condoreira), sobressaindo-se sobre a 2º geração romântica, junto ao movimento abolicionista, que se fortalecia cada vez mais.

Analisando a obra, podemos observar que, como uma obra romântica, segue à riscas todas as características impostas pelo movimento: o sentimentalismo exagerado(criado a fim de conquistar os leitores perante situações tristes da escravidão, tanto que é mesclado ao apelo abolicionista feito pelo autor), a protagonista ou heroína, Isaura, que é idealizada exageradamente(o autor chega até a compará-la a uma santa), repleta de beleza e de bravura, igual ao herói, Álvaro, seu par na história, por quem se apaixona à primeira vista(outro ponto romântico comum dos folhetins da época); a descrição é abundante, dos personagens tanto quanto da natureza; e, mesmo dentre tudo isso, o autor faz sérias críticas aos abusos sofridos pelos escravos; os vilões são totalmente maus, incapazes de qualquer gesto bondoso. É interessante observar o maniqueísmo, que é a representação do bem(Isaura) e do mau(Leôncio), uma qualidade presente na obra. A obra é toda elaborada, mas a linguagem é simples e direta.

(Foto acima, telenovela da Rede Globo Escrava Isaura, de 1976; foto no canto inferior direito, Bernardo Guimarães, o autor)




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