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"A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo


(Sônia Braga e David Cardoso como Carolina, a moreninha, e Augusto no filme A Moreninha(1970), com direção de Glauco Mirko Laurelli.

A primeira vez que li A Moreninha foi em adaptação, na escola, com o enredo original ambientado em uma nova época e com personagens com outros nomes.

Hoje o li novamente em adaptação, só que no manuscrito primitivo, com algumas alterações em palavras apenas, assim para deixar a leitura mais fácil e compreensível, sem nada que pudesse mudar o sentido da história.

São os personagens: Filipe, Leopoldo, Augusto e Fabrício(os estudantes de medicina); D. Ana(avó de Filipe), D. Carolina(irmã de Filipe) e suas primas Joana e Joaquina, e outros personagens ainda, que têm certa importância só em alguns pontos da obra.


(Na foto, Sônia Braga e David Cardoso como Carolina, a moreninha, e Augusto, em cena do filme A Moreninha(1970), com direção de Glauco Mirko Laurelli).

Resumo do livro: A história tem seu início quando Filipe convida os amigos de faculdade Augusto, Leopoldo e Fabrício para virem passar a véspera e o domingo do dia de Sant'Ana na casa de sua avó D. Ana na Ilha de Paquetá; no entanto, antes de partirem, Filipe faz uma aposta com Augusto: se este voltasse da ilha sem ter se apaixonado por nenhuma das jovens, Filipe escrevia um romance contanto a própria derrota na aposta; já se Augusto ganhasse, ele o mesmo escreveria.

Augusto era um jovem namorador, inconstante no amor. É em uma noite que ele revela à D. Ana o porquê dele ser assim: ele teve uma frustração amorosa na infância, durante uma viagem com os pais, onde conheceu uma garota, por quem se apaixonou. Ambos viveram momentos juntos e ajudaram um velho moribundo, que como agradecimento, deu a Augusto um botão de esmeralda com uma fita branca e à menina o camafeu de Augusto. Os dois fazem um juramento. Essa era a única lembrança de que tinha dela, já que não perguntara seu nome quando a conheceu.

O dia de Sant'Ana se passa, o final de semana acaba. Os universitários voltam para o Rio de Janeiro, mas Augusto se vê com saudades de Carolina, a irmã de Filipe, cuja ele conheceu na Ilha. Ele deseja volta para Paquetá, mas o pai o proíbe, e só tempos depois Augusto retorna para lá, a fim de se declarar à Carolina e demonstrar o seu amor. Ela o repreende porque está cometendo um erro em quebrar uma promessa feita a uma garota anos atrás quando criança. O mistério só é resolvido quando Carolina mostra o camafeu a Augusto. E para pagar a aposta, ele escreve o romance A Moreninha.

(Na foto, Joaquim Manuel de Macedo, o autor)

Análise, Características e Movimento Literário

A Moreninha, de autoria de Joaquim Manuel de Macedo, foi publicada originalmente em folhetim — uma categoria literária muito comum nos jornais da época — para mais tarde em formato de livro no ano de 1844. Com a obra, o autor adquiriu muita notoriedade na sociedade de sua época, fazendo-o larga a carreira médica — ele se formou no mesmo ano em que o romance foi escrito — para se dedicar somente à literatura e ao jornalismo.

A obra, por si só, tem uma grande importância para toda a literatura, pois é considerada o primeiro romance romântico tipicamente brasileiro, voltado para os costumes e a organização da sociedade na época, no Rio de Janeiro, mostrando os hábitos da alta burguesia(os estudantes de medicina, as jovens primas e as senhoras), os bailes, a tradição da festa de Sant'Ana, o flerte das moças, retratando o cenário carioca em meados do século XIX.

Pertencente ao Romantismo, a obra apresenta várias características que a enquadram nessa escola literária. Uma delas pode ser visto na idealização do amor puro, que nasce na infância e perdura no tempo. Evidencia também a importância da utilização dos valores morais genuínos, presentes na alma. Há também o individualismo, o heroísmo, e a emoção, aspectos propícios desse movimento.

A linguagem é simples, às vezes rebuscada, com um enredo que prende o leitor com algum suspense e um final típico do Romantismo. Além dos costumes, também está presente na obra a cultura nacional, que se manifesta na lenda da gruta. A tradição religiosa (festa de Sant'Ana), o sentimentalismo e a caracterização da natureza (ilha, gruta e mar) contribuem para montar o espaço/meio do amor entre Augusto e Carolina.










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